Aprovação de lei dando nome de Aécio Pereira a bairro de Pombal provoca polêmica na cidade

O diário oficial desta quarta-feira (12) trouxe a sanção por parte do prefeito de Pombal, Abmael Lacerda, da Lei municipal 1.981, aprovada pela Câmara de vereadores, denominando de Aécio Pereira de Lima o bairro conhecido como Novo Horizonte, que fica no setor Norte da cidade.

A iniciativa da homenagem partiu dos vereadores Gilberto Ismael (Beto Xau) e Romero Freitas e gerou polêmica nos meio sociais e foi debatido no jornal “Primeira Hora” da Liberdade FM.

Um dos mais críticos da aprovação da lei foi o Agrônomo e escritor José Tavares de Araújo Neto (Boquinha), que afirmou reconhecer méritos para o ex-deputado, mas pontuou que tamanha homenagem foge da razão, considerando que Aécio foi condenado à prisão por feminicídio, contra a estudante Márcia Barbosa, de 20 anos, que era natural de Cajazeiras crime acontecido em junho de 1.998, em João Pessoa.

“Ele [Aécio] poderia no máximo ter dado nome à rua, mas jamais a bairro, porque tivemos em Pombal políticos mais influentes para nosso desenvolvimento. Aécio, pelo contrário, era um criminoso que foi condenado por matar uma mulher e só não pagou [cumpriu a pena] porque era rico. Essa foi a homenagem mais injusta que existiu em Pombal”, desabafou Boquinha (foto ao lado).

Outros, porém, destacaram o trabalho desenvolvido pelo ex-parlamentar quando exercia o cargo de deputado estadual por sete mandatos seguidos, afirmando que “uma falha” não poderia apagar toda sua história.

Aécio foi condenado em 2007 a 16 anos de prisão, em regime fechado, mas não chegou a ser preso pois recorreu da decisão e morreu um ano depois. Em 2004 ele chegou a disputar o cargo de prefeito de Pombal, mas ficou em terceiro lugar, na eleição em que Jairo Feitosa (PT) foi o vitorioso.

A impunidade do caso levou o Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional (Cejil) a denunciar o Estado brasileiro na Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão judiciário autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A discussão levada à Corte Internacional pediu a responsabilização do Brasil principalmente no que diz respeito à lentidão do processo, à demora em punir o réu, à não proteção da vítima e à permissão de constantes ataques à sua memória, o que poderá resultar que a entidade aplique determinadas medidas ao governo brasileiro, conforme declarou Beatriz Galli, diretora do Programa Brasil do Cejil, ao portal Uol, em fevereiro deste ano (confira matéria completa).

Blog do Naldo Silva

FOTO AÉCIO: Francisco França /Jornal da Paraíba

FOTO JOSÉ TAVARES: Redes sociais