Vereadoras de São Bentinho receberam diárias da Câmara para participar de evento político em Brasília

“As diárias destinam-se a indenizar o agente público pelas despesas extraordinárias com hospedagem, alimentação e locomoção urbana, realizadas durante o período de deslocamento no interesse da administração pública“.

Essa definição jurídica, com ênfase negritada pelo Blog, não foi respeitada pelas vereadoras de São Bentinho, Maria do Socorro de Oliveira (Corrinha de Alaíde) e Nivânia Trigueiro, ambas do Republicanos, que usaram verbas públicas da Câmara municipal para custear despesas com uma viagem que as duas fizeram a Brasília para participar de um evento partidário.

Cada uma recebeu a quantia de R$ 2 mil, pagos no dia 20, conforme mostra empenho abaixo.

O “2° Encontro Nacional Mulheres Republicanas” foi promovido pela legenda nos dias 21 e 22 de março deste ano, e conforme publicado no site do partido tinha como objetivo “treinamento e fortalecimento dos mandatos de republicanas recém-empossadas, por meio da troca de experiências e informações estratégicas”. O Público-alvo eram “vereadoras, vice-prefeitas e prefeitas Republicanas de todo o Brasil”.

Os dados sobre os gastos foram obtidos pelo Blog do Naldo Silva e estão publicados no Portal da Transparência.

EVENTO:

O encontro foi marcado por polêmicas que tiveram repercussão nacional. Um deles foi pelo fato do Republicanos ter contratado por R$ 1,2 milhão, dinheiro oriundo do Fundo Partidário, a empresa do seu secretário de Relações Internacionais para organizar o evento.

A contratada foi a Premiere Consultoria e Projetos Ltda, que tem como único sócio Bruno de Alcântara Góes. Desde maio de 2024, Góes ocupa a função de secretário do Republicanos, partido comandado pelo deputado Marcos Pereira, de São Paulo.

Já na abertura do encontro, a pedagoga Tereza Elvira Vale, mãe de um dos foragidos do 8 de Janeiro, protestou contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), que estava no local.

De acordo com o portal “Poder360”, ela citou a fala de Motta, que disse que no Brasil não há perseguição política, presos e exilados políticos.

Tereza foi à frente do auditório, tentou subir no palco, mas foi impedida pela organização. “Eu sou a mãe de um exilado político”, disse em direção ao congressista, que já estava sentado, enquanto o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), tentava falar.

Blog do Naldo Silva