A coligação vitoriosa na eleição municipal de Paulista em 2024 – formada pelo PSB e Republicanos, e que teve como prefeito eleito Lucas Pereira (PSB) -, ajuizou uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) contra a vereadora eleita daquele município, Josefina Saldanha Veras, conhecida por ‘Finoca’ (PL-FOTO), sogra do atual prefeito Valmar Arruda. A ação é assinada pelos advogados Luiz Gallindo e Jeferson Gomes Lopes.
O Blog do Naldo Silva teve acesso exclusivo aos dados da AIME, que tramita em segredo de justiça. Nela, a coligação alega diversas práticas ilegais que teriam sido cometidas pela atual gestão paulistense com intenção de beneficiar diretamente a vereadora, que foi a mais votada, com 1.229 votos (12,6% do total).
A acusação diz que Finoca, além de ter oferecido vantagem para eleitor em troca de apoio, foi beneficiária direta dos ilícitos eleitorais cometidos por sua filha Hilana Saldanha, que ocupa os postos de Primeira-Dama do município e Secretária de Finanças.
“Hilana usou o poder na máquina pública para eleger e inflar a votação da mãe, utilizando do poder que lhe é inerente na gestão do erário e da influência política por ser esposa do prefeito e agir, na prática, como uma super-secretária”, diz a peça protocolada perante a 69ª zona eleitoral em São Bento.
No pedido, a coligação do prefeito Lucas anexa um áudio atribuído a Finoca, que teria sido enviado a um correligionário, onde ela fala em buscar um dinheiro que teria sido dado a eleitor, mas que este teria mudado de posição política.
“É bom procurar saber dele, porque ele fez isso. Pra ele devolver o que ele recebeu. Pra não fazer a gente de besta”.
Também recai sobre Finoca a acusação de ter sido beneficiada com a nomeação de servidores contratados no período vedado, num total de 35 no mês de agosto, 36 em setembro, e mais 5 em outubro, após estes aderirem para o grupo liderado pelo atual prefeito Valmar. Tudo registrado em fotografias juntadas à ação.
Para endossar os argumentos, a ação cita que Finoca usa em suas redes sociais a citação que é “mãe da 1ª dama”. Para a acusação, apesar de ter outros filhos, incluindo um com cargo na gestão, a menção apenas à filha Hilana tem fim claro. “É para obter proveito político. Hilana é quem, de fato, manda nos empreguismo praticado na Administração”, diz.
Ao final, requer que após o trâmite da investigação – onde foram arroladas 8 testemunhas -, seja julgado procedente o pedido, determinando a impugnação do mandato da vereadora eleita, e a consequente anulação dos seus votos, gerando uma nova contagem para quociente eleitoral.
A vereadora já foi notificada da ação e se defenderá através de seus advogados.
Blog do Naldo Silva
FOTO: Redes Sociais