A justiça de Maceió, capital de Alagoas, concluiu a instrução processual e condenou à pena de 24 anos de cadeia o jovem pombalense Henrique Mateus da Silva Sousa (foto), de 19 anos, réu confesso do assassinato do ex-vereador Silvânio Barbosa, fato acontecido no dia 06 de setembro de 2018, em seu apartamento.
Após cometer o homicídio, ele voltou para Pombal no carro da vítima, além de roubar dinheiro e outros objetos do parlamentar, mas foi preso pela polícia militar (relembre).
O Blog do Naldo Silva teve acesso à íntegra da sentença – publicada nesta quarta-feira (29) – prolatada pelo juiz Rodolfo Osório Gatto Herrmann, da 6ª Vara Criminal de Maceió, que afirmou não haver dúvidas da autoria do latrocínio (roubo seguido de morte) praticado pelo pombalense.
Na decisão, o magistrado reproduz trechos do depoimento dado por Henrique que afirmou que cometeu o crime por estar drogado e porque estava se sentindo ameaçado pela vítima.
Confirmou que roubou os pertences do vereador depois de matá-lo com 28 facadas e relatou que Silvânio foi ao local do seu trabalho, pediu seu número e queria comprar cadeira, só que ao chegar na casa dele, o mesmo queria relações sexuais. “Narrou que nunca curtiu isso, foi então que ficou com medo e não queria ter feito isso [assassinato]”.
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“Disse que conheceu a vítima oito dias antes do crime. Que foi ao apartamento da vítima por duas vezes. A primeira vez foi ao apartamento com Silvânio, que foi para ajudar a fazer a medida da sala, porque a vítima compraria as cadeiras que o acusado estava vendendo. Que chegando lá a conversa foi totalmente diferente, ele [Silvânio] perguntou se já tinha feito relações com homens, tendo respondido que não. Ele tentou, mas pediu para não insistir. Que foram embora e recebeu uma quantia em dinheiro, Silvânio disse para que pensasse em ter relacionamento com ele, que o daria carro, dinheiro para que ficasse com ele. Silvânio disse que o procuraria de novo, através dessa nova procura foi que conheceu e começou a usar droga”, relatou o assassino.
No entendimento do juiz, as circunstâncias do crime foram especialmente graves, porque o acusado desferiu exagerado número de golpes na vítima.
“Além disso, permaneceu por mais de duas horas na residência do ofendido, empregando especial crueldade na prática do delito, conforme fartamente demonstrado no laudo pericial. Destaque-se que Henrique Mateus assistiu a vítima agonizante, demonstrando o requinte de crueldade em sua ação”, destaca Rodolfo Osório.
A pena-base fixada foi de 27 anos de reclusão, mas o magistrado reduziu em 3 anos porque houve a confissão espontânea do autor do crime por ele ter menos de 21 anos.
Ao considerar que sua liberdade representa um perigo à ordem pública, o juiz decidiu manter a prisão preventiva de Henrique.
Por se tratar de crime hediondo, Henrique ainda deverá cumprir quase 9 anos em regime fechado para requerer a progressão da pena e deixar o presídio.
Blog do Naldo Silva