Quem é de Pombal, deve recordar-se da eleição de 2004 onde o hoje prefeito Verissinho estava concluindo seu segundo mandato seguido e, faltando poucos meses da eleição, viu seu partido (PFL, hoje DEM) ser “tomado” pelo ex-deputado Aécio Pereira, que pretendia ser, e assim foi, candidato a prefeito.
A intenção de Verissinho naquele momento era lançar o médico Cícero Cardoso como seu sucessor. Diante da impossibilidade, surgiu, em meio a tantos nomes, o do pouco conhecido no meio político Jairo Feitosa (PT), à época pré-candidato a vereador.
No início, nem o mais convicto beato “Verissinista” acreditava numa vitória do petista, que ainda teve como candidato a vice o médico Ugo Ugulino, o qual até então poucos sabiam que ele era até mesmo filiado a algum partido.
Não demorou muito para Jairo “cair nas graças” do eleitor, influenciado pela liderança imbatível – naquele momento – de Verissinho. E o resultado da eleição todo mundo sabe: Aquele desconhecido candidato Jairo Feitosa venceu a eleição com mais de 2 mil votos para o 2º colocado, Oséas Martins.
Depois, destaque-se, Verissinho perdeu essa hegemonia de indicação, não conseguindo eleger, apenas com sua indicação, sequer sua esposa, Mayenne-Van, derrotada em duas disputas. Somente ele mesmo logrou êxito, no pleito de 2016.
Esse relato local foi necessário para trazer algo semelhante para a atualidade da política estadual e nacional.
Estamos diante de dois novos “Verissinhos de 2004”: Ricardo Coutinho e Lula.
O primeiro – governador da Paraíba – também em segundo mandato, alçou à disputa um nome que poucos, assim como aconteceu com Jairo, acreditavam que decolaria: João Azevêdo (PSB).
Um auxiliar há muito tempo dos seus governos – como prefeito de João Pessoa e governador – mas não tinha a “química” da política partidária, das ruas.
No entanto, em poucos meses teve sua candidatura “tonificada”, graças ao fato de ser “o candidato do governador”. Embora questionáveis, as pesquisas feitas até agora na Paraíba o colocam na liderança ou no mínimo em segundo lugar, mas crescendo em cada levantamento, a exemplo do último feito pelo Ibope que mostrou um crescimento de 15% de João em menos de 1 mês de campanha.
O outro caso é do ex-presidente Lula, que mesmo preso, está conseguindo transferir a maioria do seu eleitorado para o ex-ministro Fernando Haddad (PT).
Se muitos se surpreenderam com a força de Lula ao eleger sua sucessora Dilma Rousseff, em 2010, o que dizer agora de alguém menos conhecido do brasileiro que apareceu “em cima da hora” para substituí-lo e está praticamente assegurado no 2º turno?
Somente a força de uma liderança pode explicar.
João (Ricardo Coutinho) e Haddad (Lula) podem não ser Jairo, nem Dilma, mesmo sendo apadrinhados por líderes incontestes. Porém, o que vemos nas ruas e nas pesquisas nos leva a afirmar que iguais a Lula (no plano nacional) e Ricardo Coutinho (no estadual) é difícil ver novamente.
O resultado das urnas nos confirmará.
Naldo Silva